Vírus da Zika pode dar origem a tratamento para câncer cerebral



Em 2015, o vírus da zika, originário da África e que chegou ao Brasil durante a Copa do Mundo de 2014, causou pânico entre mulheres grávidas, principalmente no Nordeste, devido à sua capacidade de causar microcefalia em fetos. No entanto, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) descobriram que o vírus também tem um lado positivo: ele pode ser um aliado no tratamento de alguns tipos de câncer cerebral.

Pesquisadora diz que testes com zika mostraram "redução significativa do tumor" | Crédito: Divulgação/USP



Experimentos realizados com camundongos em 2017 tiveram resultados promissores. Em um terço dos animais testados, a doença desapareceu completamente, incluindo as metástases. Nos outros dois terços, houve uma redução significativa do tumor. A pesquisa foi publicada na revista Cancer Research, da Associação Americana para a Pesquisa do Câncer.

A descoberta surgiu a partir de um fato intrigante: durante o surto de zika em 2015, a maioria das mulheres infectadas deu à luz bebês não afetados. Mesmo as mães que tiveram filhos infectados não apresentaram sintomas graves. Isso levou os pesquisadores a investigar se o vírus poderia ter um mecanismo de proteção nos cérebros em desenvolvimento dos fetos.

Agora, cientistas estão otimistas quanto ao potencial do zika no tratamento de tumores cerebrais. Espera-se que em breve possamos testemunhar sua eficácia com segurança em seres humanos.



A investigação do uso do vírus no combate ao câncer foi coordenada pela professora do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP) Mayana Zatz, ao lado do também professor do IB-USP Oswaldo Keith Okamoto. Ambos compõem o quadro de pesquisadores do Centro de Pesquisas do Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-CEL)

Em experimentos conduzidos em 2017 com camundongos, cujos resultados foram divulgados em um artigo científico publicado na revista Cancer Research, da Associação Americana para a Pesquisa do Câncer, os pesquisadores observaram resultados promissores. Segundo Mayana Zatz, geneticista e diretora do Centro de Pesquisas em Genoma e Células-tronco (CEGH-CEL) da USP, em um terço dos camundongos testados, a doença regrediu completamente, incluindo as metástases, enquanto nos outros dois terços houve uma significativa redução do tumor.



A motivação para explorar o potencial terapêutico do vírus da zika surgiu quando os pesquisadores notaram durante o surto de 2015 que a maioria das mulheres infectadas deu à luz bebês não afetados. Isso levantou questões sobre se o vírus poderia ter um efeito seletivo nos cérebros em desenvolvimento dos fetos. Estudos anteriores também sugeriram que o vírus tinha preferência pelas células do sistema nervoso central (SNC), incluindo as células-tronco neurais.

A investigação envolveu testes em células tumorais de câncer cerebral in vitro e em modelos de camundongos in vivo. Os resultados foram promissores, mostrando que o vírus da zika tinha uma afinidade particular pelas células do SNC, infectando seletivamente as células cancerosas, enquanto poupava os neurônios já desenvolvidos. Além disso, o vírus mostrou eficácia na redução e até mesmo na erradicação dos tumores, sem causar danos significativos aos neurônios saudáveis.

Os pesquisadores agora planejam aprimorar a qualidade do vírus para possível uso clínico. Eles esperam que, com o apoio de investidores e a colaboração de empresas interessadas em produzi-lo em condições clínicas adequadas, possam avançar para testes em humanos em um futuro próximo, com o objetivo de desenvolver um medicamento ou tratamento para câncer do sistema nervoso central.

Seção de serviço: Para mais informações sobre os avanços no uso do vírus da Zika no tratamento de câncer cerebral, acesse o site oficial da USP e acompanhe as publicações recentes na revista Cancer Research. Mantenha-se informado sobre os desenvolvimentos nesta área promissora da medicina através de fontes confiáveis e atualizadas. 🌿

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